Defender crianças e adolescentes de todo e qualquer abuso ou exploração sexual
O Instituto MILA tem como missão trabalhar com iniciativas voltadas à defesa dos direitos de crianças e adolescentes, bem como atuar na prevenção e acolhimento às vítimas e suas famílias.
Nossa visão é uma infância livre de abusos. Utópico? Acreditamos que não.
Nossos valores:
● Transparência;
● Ética;
● Honestidade;
● Responsabilidade social;
● Qualidade e foco;
● Colaboração e compartilhamentos de conhecimento;
● Zero tolerância para violência e abuso contra crianças e adolescentes.
O que é violência ou abuso sexual?
Existem formas mais aparentes ou mais disfarçadas de violência, mas nenhuma delas é menos grave e todas devem ser, sempre, levadas a sério e combatidas.
Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, Violência é:
“o uso intencional da força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha grande possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação”.
A OMS também define criança como qualquer pessoa menor de 18 anos de idade.
Assim sendo, a violência contra criança é qualquer ato cometido contra menores de 18 anos que seja capaz de causar danos, sejam eles: físicos, emocionais, sexuais, de aprendizagem; bem como gerar comportamentos de risco e autodestrutivos, envolvimento com o crime, etc.
Alguns países como o Reino Unido, a França e os Estados Unidos utilizam o termo “abuso infantil” como sinônimo de “violência infantil”, enquanto no Brasil o termo abuso infantil é utilizado exclusivamente para tratar de abuso sexual contra crianças e adolescentes.
Números da causa
Para entender a importância de enfrentar a violência sexual contra crianças e adolescentes, é essencial conhecer o contexto e a dimensão dessa questão. O Brasil carece de dados sobre violência sexual de crianças e adolescentes, mas sabemos que existem fatores de vulnerabilidade que incidem diretamente sobre o problema, aumentando os casos de violação de direitos. Dentre os principais fatores estão pobreza, exclusão, desigualdade social, questões ligadas à raça, gênero e etnia. A falta de conhecimento sobre os direitos da infância e adolescência também contribui para o aumento das violações.
“Acontece nas melhores famílias” – Você sabia que a maioria dos casos de abuso acontecem dentro do próprio círculo pessoal da criança? Isso significa que ninguém está livre de qualquer suspeita, incluindo familiares, vizinhos, amigos próximos, cuidadores, professores, líderes religiosos e “pessoas de bem”. Onde há crianças há pedófilos.
Vamos falar sobre isso?
Para as crianças falarem sobre um abuso físico, sexual ou emocional pode ser muito difícil, pois muitas vezes isso significa falar de pessoas que gostam e amam. Para muitos adultos falar sobre sexualidade também não é fácil, muitas vezes não foram educados na juventude corretamente ou guardam traumas.
É importante deixar aberto o canal de comunicação com a criança. Mostre que você sabe ouvir e ofereça ajuda.
A violência contra crianças deixa marcas para a vida toda e pode gerar problemas sociais, comprometer o desenvolvimento físico e mental, acarretando distúrbios emocionais, psicológicos e cognitivos, fazendo com que a criança ou adolescente possa apresentar comportamentos prejudiciais à saúde.
Em geral, as consequências se manifestam por meio da mudança do rendimento escolar, dificuldades em relacionamentos interpessoais, comportamentos agressivos, automutilação, abuso de substâncias psicoativas, de álcool e da iniciação precoce à atividade sexual, tornando as vítimas mais vulneráveis a gravidez, doenças sexualmente transmissíveis, exploração sexual e prostituição.
A violência contra crianças e adolescentes também pode gerar problemas de saúde metal como: ansiedade, transtornos depressivos, alucinações, tentativas de suicídio e até alterações de memória e concentração.
A exposição de crianças e adolescentes à violência pode comprometer o desenvolvimento físico e mental, prejudicando o desenvolvimento do cérebro e danificando outras partes do sistema nervoso, bem como os sistemas endócrino, circulatório, musculoesquelético, reprodutivo, respiratório e imunológico.
Além disso, os valores de família como amor, carinho e proteção podem ser distorcidos, gerando um padrão de relacionamentos abusivos no futuro, tanto como um receptor quanto como um gerador da agressão. É na infância/adolescência que o indivíduo se encontra em fase de formação de personalidade e de entendimento do sentido de família e proteção; espelha-se nos modelos adultos que lhe são oferecidos e organiza os conceitos morais que carregará para o resto da vida.
Os problemas causados pela violência podem ser visíveis ou não:
● SAÚDE MENTAL: medo, depressão, baixa autoestima, agressividade, ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático;
● FÍSICOS: fraturas, lesões internas, queimaduras, baixa motricidade, mudança no padrão alimentar, automutilação e suicídio;
● DESENVOLVIMENTO: baixo desenvolvimento educacional e vocacional, atraso no desenvolvimento psicomotor e fala, dificuldade
no controle de fezes e urina;
● COMPORTAMENTOS DE RISCO: abuso de álcool e drogas, distúrbios alimentares (obesidade, bulimia, anorexia);
● COMPORTAMENTO SEXUAL arriscado e precoce que pode acarretar DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e gravidez indesejada.
Caso você saiba de alguma criança/adolescente que tenha sido ferido e esteja machucado é importante mantê-lo seguro e buscar ajuda. Em emergências ligar para 190 ou o número de referência do seu país. Em casos menos severos, procure um atendimento médico e/ou psicológico.
Saiba que a sua presença apenas como um bom ouvinte já pode ser um grande apoio.
Consulte as Organizações de Apoio.